Estava pensando qual seria a primeira história efetiva que colocaria em nosso blog. A Bi o Bee e eu crescemos juntos, pensei o que poderia colocar sobre nós três. Resolvi colocar a história do dia que ficamos mais próximos e os segredos entre nós três acabaram.
Foi alguns anos atrás, quando éramos três adolescentes descobrindo nossos sentimentos, novas coisas... enfim, descobrindo o mundo. Estávamos criando nossa própria personalidade. E nos formando como pessoas.
Certo dia resolvemos ir para uma baladinha num lugar muito freqüentado na cidade onde moramos. Chegamos lá e fomos ao bar beber um pouco para nos soltarmos antes de dançar. O bar, nessa casa noturna, é uma espécie de balcão, não tem cadeiras nem nada. Fica-se em pé. Pedimos nossas bebidas e, após pegá-las, fomos para a pista de dança.
Passamos a noite nos divertindo juntos, rindo, dançando e bebendo. Sempre tivemos muita liberdade um com o outro, mesmo em brincadeiras e toques, mas sem malícia. Como se só houvéssemos nós três. Quando parou a musica já estávamos bem cansados e fomos para uma área, próxima ao bar, onde sentamos e começamos a conversar. O Bee sempre teve um ditado, que dizia representá-lo muito, “bebida entra e verdade sai”. Então o Bee disse que precisava confessar algo, eu já imaginava do que se tratava, afinal nos conhecíamos bem, mas deixei-o falar...
- Eu preciso contar isso, mas tenho medo de perder a amizade de vocês... só que se não contar não estarei sendo verdadeiro nem com vocês nem comigo... – Disse ele com a voz um pouco trêmula antes de continuar...
- Eu sou gay!... quer dizer... eu acho que sou gay. Não sei direito, eu estou um pouco confuso...não sei o que sinto direito. Mas olha, Exa. Eu nunca me aproveitei durante as brincadeiras, eu sempre te respeitei. – Confessou ele, um tanto nervoso e inseguro por se expor.
Bem... como disse, eu já desconfiava. Mesmo assim nunca tive preconceito. Nem me importava com as brincadeiras. Mas confesso que não entendo porque os adolescentes têm mania de ficar se pegando, dando tapa na bunda um do outro. Ou isso foi só a minha adolescência? Enfim... continuemos:
- Pô, cara... eu jamais teria preconceito com você por isso. Se é o que você quer eu te apoio. Nada a ver isso...
- Que legal!!! Eu também tenho vontade de ficar com meninas, sempre tive. Mas me achava estranha por isso. Parecia um bicho de sete cabeças para mim lidar com isso. Mas agora vejo que não sou a única! – Emendou a Bi, toda feliz
Vendo que meus amigos estavam confessando eu resolvi que também contaria algo. Mas meu fardo era mais pesado. Por isso fui ao bar, pedi uma dose de uísque, voltei, sentei-me e disse:
- Também preciso confessar algo – virei a dose de uísque de uma só vez – Eu so sou...Sou corintiano, pronto falei....
Notei um certo desapontamento no olhar deles... e o silêncio pairou sobre nós...
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